Manoel Beato, um dos maiores conhecedores de vinho do Brasil e sommelier do restaurante Fasano, em São Paulo, avaliou um Intrépido 2016, um dos vinhos da Vinícola Pireneus, em Cocalzinho.
O que achou do vinho? É uma aberração de tão bom. Eu havia provado anos atrás, mas não voltei a provar. E foi surpreendente. É um vinho muito consistente, que, às cegas, dá trabalho. Engana todo mundo (risos). Ele está relativamente redondo e pronto para ser vendido. Está no ponto, mas pode envelhecer ainda pelo menos mais uns cinco aninhos na garrafa.
Como descreve o vinho? É um vinho encorpado e denso, bastante intenso em aromas. A gente sente a intensidade e a força tanto no olfato quanto no paladar. Apesar de jovem, é arredondado. Chega a ser cremoso. Não tem uma acidez marcante. É um vinho aveludado.
Qual é o diferencial do vinho? Ele tem uma característica que lembra muito vinhos que a gente chama de novo-mundistas, que têm algo de marcante desde a juventude. Posso pensar numa comparação com um argentino de uma região mais quente, de um californiano de uma região mais quente e até com um português do Alentejo. Parece-se com vinhos mais benfeitos dessas regiões.
Pode haver preconceito com o vinho por ele ser de Goiás? Não tenho dúvidas de que sim. Há preconceito até com o brasileiro do Rio Grande do Sul.
Seus clientes estão abertos para degustar um vinho produzido no Cerrado? Existem clientes e clientes. Alguns estão abertos às novidades. A melhor coisa em relação a esse vinho é dar às cegas, porque ele pode pegar muita gente. Aqueles que gostam desse paladar novo-mundista de um vinho suculento podem se impressionar positivamente.
Seus clientes estão abertos para degustar um vinho produzido no Cerrado? Existem clientes e clientes. Alguns estão abertos às novidades. A melhor coisa em relação a esse vinho é dar às cegas, porque ele pode pegar muita gente. Aqueles que gostam desse paladar novo-mundista de um vinho suculento podem se impressionar positivamente.
Esse vinho, vendido a R$ 200, é caro? É caro. Até entendo, porque produzir um vinho no Brasil é muito difícil, mas não houve importação dele. Está concorrendo com alguns vinhos europeus de R$ 200, que, para chegarem aqui, pagam todos os impostos de importação, além do transporte. Há vinhos que são mais caros e não têm a mesma qualidade, mas, em relação ao preço, é complicado.
Fonte: Revista Época